As políticas migratórias sempre foram um tema central nos governos dos Estados Unidos, especialmente durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021) e o governo de Joe Biden (2021-2025). Ambas as administrações tiveram abordagens diferentes, mas com impactos expressivos para imigrantes, incluindo brasileiros. Com o início do segundo mandato de Trump em 2025, o tema volta ao centro do debate, levantando preocupações sobre o que está por vir.

Deportações no Primeiro Mandato de Donald Trump

Durante seu primeiro mandato, Donald Trump implementou políticas rigorosas em relação à imigração, ampliando as deportações e priorizando imigrantes em situação irregular, independentemente de terem cometido crimes graves. Segundo dados do Departamento de Segurança Interna (DHS), mais de 1,8 milhão de pessoas foram deportadas entre 2017 e 2021.

Entre essas deportações, estima-se que aproximadamente 6.000 brasileiros foram enviados de volta ao Brasil. A construção de barreiras físicas na fronteira com o México e a implementação de políticas como “tolerância zero” tornaram-se marcas registradas de sua administração. Essas medidas dificultaram não apenas a permanência de imigrantes indocumentados, mas também o ingresso de novos indivíduos nos EUA.

Deportações no Governo de Joe Biden

O governo Biden adotou uma abordagem mais humanitária em relação à imigração, mas isso não significou o fim das deportações. Durante os primeiros anos de seu mandato, Biden priorizou a deportação de pessoas com histórico criminal e reduziu os esforços para deportar imigrantes sem registros criminais. No entanto, o número total de deportações permaneceu significativo.

Entre 2021 e 2024, mais de 540.000 pessoas foram deportadas, com cerca de 7.000 brasileiros incluídos nesses números. Apesar de ter uma retórica menos rígida em relação aos imigrantes, Biden enfrentou pressão política para reforçar a segurança nas fronteiras e lidar com o aumento no número de cruzamentos irregulares, o que levou à continuidade das operações de remoção.

O Que Esperar no Segundo Mandato de Donald Trump

Com o retorno de Donald Trump à presidência, a expectativa é de um aumento nas políticas de deportação em larga escala. Durante sua campanha, Trump prometeu implementar a “maior operação de deportação da história americana”, mirando milhões de imigrantes indocumentados. Ele também planeja intensificar a fiscalização em locais de trabalho, penalizando empregadores que contratam trabalhadores sem documentação.

Brasileiros em situação irregular nos EUA, estimados em mais de 200.000, estão entre os grupos que podem ser mais afetados. Além disso, Trump já declarou a intenção de expandir a construção do muro na fronteira com o México e reinstaurar políticas como o “Migrant Protection Protocols” (MPPs), que obrigam solicitantes de asilo a aguardarem suas audiências fora do território americano.

A nomeação de figuras alinhadas com sua postura rígida, como líderes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), reforça as expectativas de que o número de deportações deve aumentar significativamente. As comunidades brasileiras em estados como Flórida, Massachusetts e Califórnia, que concentram grande parte dos imigrantes brasileiros, já demonstram preocupação com as possíveis implicações dessas políticas.

Para brasileiros vivendo nos EUA sem status legal, o próximo período presidencial trará desafios ainda maiores. Organizações de apoio à comunidade imigrante já estão se mobilizando para fornecer orientação e recursos para aqueles em risco, enquanto o debate sobre imigração promete ser uma das principais pautas da nova administração.

fonte: Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA.